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A Importância da Renda Variável na Carteira de Investimentos dos RPPS

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A diversificação das carteiras de investimentos dos Regimes Próprios de Previdência tem ganhado cada vez mais destaque à medida que a gestão previdenciária busca equilibrar risco e retorno. Nesse contexto, a renda variável, especialmente representada por ações e fundos imobiliários, desempenha um papel relevante. Contudo, é importante lembrar que os RPPS não podem investir diretamente em ações ou outros ativos de renda variável. Eles precisam acessar essas oportunidades através de fundos de investimentos, que reúnem esses ativos em uma carteira gerida por profissionais especializados.

A inserção de ativos de renda variável nas carteiras do RPPS visa ampliar as possibilidades de retorno, uma vez que investimentos em renda fixa, como títulos públicos, embora seguros, tendem a ter uma previsibilidade de retorno mais limitada. Com a queda dos juros ao longo dos últimos anos, a busca por ativos que ofereçam maior potencial de valorização tornou-se uma necessidade para muitos gestores. Nesse cenário, os fundos de ações e fundos imobiliários aparecem como alternativas atraentes.

Os fundos de investimentos que incluem ações proporcionam a oportunidade de participar do crescimento das empresas. A valorização das ações ocorre em função do desempenho dessas empresas no mercado e, em longo prazo, pode gerar ganhos substanciais. No entanto, a volatilidade desses ativos também é maior, exigindo que o gestor do RPPS tenha cautela ao decidir o percentual de alocação em renda variável, considerando o perfil de risco do regime e a necessidade de liquidez para o pagamento de benefícios.

Dentro de uma carteira de fundos de ações, é possível diversificar ainda mais, escolhendo fundos com estratégias distintas. Alguns fundos seguem o desempenho do índice Ibovespa, que reflete o comportamento das principais empresas listadas na bolsa de valores. Outros fundos são focados em ações de valor, que procuram empresas subvalorizadas com potencial de crescimento. Já os fundos de crescimento investem em empresas que apresentam uma expectativa de aumento acelerado de receitas e lucros, enquanto os fundos de dividendos priorizam empresas que distribuem parte de seus lucros regularmente aos acionistas. Além disso, os fundos de small caps investem em empresas de menor capitalização, que, embora mais arriscadas, podem oferecer retornos significativos no longo prazo. Essa diversificação dentro da própria classe de ações ajuda a diluir os riscos e aumentar as chances de retornos mais consistentes, mesmo em diferentes cenários econômicos.

Da mesma forma, os fundos imobiliários (FIIs) oferecem uma forma de acessar o mercado de imóveis sem a necessidade de aquisição direta de propriedades. Esses fundos investem em empreendimentos imobiliários como shoppings, escritórios e galpões logísticos, gerando renda através de aluguéis e, muitas vezes, distribuindo esses rendimentos aos cotistas. Para o RPPS, essa é uma forma de obter renda recorrente, além de potencial valorização patrimonial dos imóveis ao longo do tempo.

Ainda que esses fundos representem maior exposição a riscos de mercado, a estratégia de diversificação ajuda a mitigar esses riscos, diluindo-os ao longo de diferentes classes de ativos e segmentos da economia. Ao diversificar entre renda fixa e renda variável, o RPPS pode aproveitar as fases de crescimento econômico, que tendem a valorizar ações e imóveis, sem perder a segurança proporcionada pelos ativos mais conservadores.

A legislação brasileira, particularmente a Resolução CMN 4.963/2021, regula a participação dos RPPS em fundos de investimentos, estabelecendo limites que visam proteger o patrimônio previdenciário e assegurar que os gestores tomem decisões baseadas em critérios técnicos. Isso reforça a importância de um comitê de investimentos qualificado, com membros que possuam a certificação adequada e entendimento profundo dos riscos e oportunidades oferecidos pela renda variável.

Além disso, é essencial que os gestores monitorem constantemente o desempenho dos fundos de investimentos, revisando a estratégia de alocação em renda variável de acordo com o comportamento do mercado e as necessidades do RPPS. A análise do cálculo atuarial é igualmente importante, pois o passivo previdenciário deve estar sempre no radar, assegurando que a liquidez necessária para o pagamento dos benefícios seja garantida, mesmo em cenários adversos. Portanto, a renda variável, quando utilizada de forma estratégica e com a devida cautela, pode contribuir significativamente para o equilíbrio das carteiras de RPPS, trazendo maior potencial de retorno e protegendo o patrimônio previdenciário da erosão causada por longos períodos de baixas taxas de juros. Essa classe de ativos, acessada exclusivamente por meio de fundos de investimentos, se bem gerida, pode complementar a renda fixa e proporcionar um futuro mais seguro para os segurados dos regimes próprios.

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Manoel Junior

Manoel Junior é um profissional com mais de 30 anos de experiência no mercado financeiro e na educação. Formado em Administração de Empresas e pós-graduado em Planejamento Financeiro e Finanças Comportamentais pela PUC/RS, Manoel é especialista em estratégias financeiras e educação corporativa, destacando-se por seu conhecimento e abordagem prática.

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Manoel Junior é um profissional com mais de 30 anos de experiência no mercado financeiro e na educação. Formado em Administração de Empresas e pós-graduado em Planejamento Financeiro e Finanças Comportamentais pela PUC/RS, Manoel é especialista em estratégias financeiras e educação corporativa, destacando-se por seu conhecimento e abordagem prática.

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