RPPS

Resiliência e Gestão dos Recursos Previdenciários: Um Desafio Contínuo para os RPPS em Tempos de Transformação

Entenda, de forma clara e prática, como este tema impacta a gestão eficiente do seu RPPS.

A gestão dos RPPS exige resiliência para enfrentar mudanças regulatórias, crises econômicas e novas exigências de investimentos, unindo conhecimento técnico e adaptação contínua para garantir a sustentabilidade previdenciária.
Planta brotando mostrando sinal de crescimento

Vivemos em um mundo em constante transformação, onde as mudanças parecem cada vez mais aceleradas. O que antes era analisado de forma sequencial e racional hoje dá lugar a uma lógica de rede colaborativa, segmentada e multidisciplinar. Essa velocidade com que as situações evoluem nos dá a impressão de que estamos sempre correndo atrás dos acontecimentos.

Adaptar-se a essa nova realidade é uma necessidade. O progresso é inexorável, e as situações podem se alterar de forma repentina, sem qualquer aviso. Para enfrentar esse cenário, é fundamental manter-se atento, ativo e disposto a acompanhar as mudanças, sob o risco de sermos atropelados pelo processo.

Em muitos momentos de nossas vidas, somos obrigados a assumir o protagonismo de nossas decisões, deixando de esperar soluções externas. Contudo, para lidar com imprevistos e desafios, protagonismo por si só não basta. É preciso desenvolver a autoconfiança e, sobretudo, a resiliência.

A resiliência é a capacidade de superar obstáculos e adaptar-se a novas condições. Na psicologia, refere-se à resistência a choques e infortúnios, mas o conceito também se expandiu para outras áreas como administração, ecologia e física. Uma pessoa resiliente consegue enfrentar adversidades, absorver os impactos e reconstruir-se, mesmo que não saia ilesa, tornando-se mais forte com as experiências vividas.

Leon C. Megginson, interpretando a essência da teoria de Darwin em 1963, afirmou: “Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças.” Esta frase resume perfeitamente a importância da resiliência, inclusive na gestão dos Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS).

Nos últimos anos, os RPPS enfrentaram intensas transformações: novas regulamentações, crises econômicas e mudanças políticas. O direito previdenciário, por sua complexidade e necessidade de cálculos precisos, exige dos gestores atualização constante e profundo domínio da legislação aplicável — tanto na concessão de benefícios quanto na administração e aplicação dos recursos.

Especificamente na gestão dos investimentos, a capacidade de resiliência dos gestores foi amplamente testada. Desde 2007, era possível superar a meta atuarial com carteiras de renda fixa. Porém, com a Resolução CMN nº 3.790/2009, que estabeleceu novos parâmetros de rentabilidade ligados aos subíndices do IMA, muitos dirigentes se depararam com uma realidade até então pouco conhecida.

Ainda que em 2012 os fundos tenham apresentado rentabilidades excepcionais, como os 26,68% contra 7,40% do Ibovespa, o ano seguinte trouxe perdas de 10,02%, evidenciando a volatilidade e exigindo dos gestores novas estratégias para proteger os ativos previdenciários.

Atualmente, em meio a uma pandemia global e com a taxa de juros nos menores níveis da história brasileira, o desafio de superar ou até mesmo alcançar a meta atuarial se intensificou. O cenário impõe a necessidade de aceitar algum nível de risco para buscar retornos adequados — uma mudança de paradigma para muitos gestores acostumados à segurança da renda fixa.

A renda variável, com cerca de 436 empresas listadas na B3, surge como alternativa viável, assim como a possibilidade de diversificação internacional. No entanto, investir nesses ativos exige conhecimento, timing e preparo para lidar com oscilações naturais do mercado.

O mercado financeiro é, essencialmente, um mercado de informações. Quem detém maior capacidade de análise e interpretação dos dados disponíveis, somada à resiliência diante das adversidades, aumenta consideravelmente suas chances de sucesso.

A resiliência, portanto, não é apenas um conceito abstrato: é uma competência vital para a gestão eficaz dos recursos previdenciários dos RPPS em um mundo de mudanças rápidas e inevitáveis.

Sua opinião faz toda a diferença.

"Conhecimento é poder”, dizia Francis Bacon — e continua sendo. Para evoluir, é preciso aprender, questionar e aplicar. Só o conhecimento transforma intenção em ação, dúvida em clareza, e esforço em resultado. Quem busca crescer, precisa primeiro entender. E entender exige estudo, curiosidade e coragem para sair do lugar.

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Manoel Junior

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